Imagem retirada daquiApesar deste espaço estar quase às moscas, mesmo assim quero desejar um Bom Natal a todos os Homens de boa vontade.
Blog dedicado à memória do Museu de Francisco Tavares Proença Júnior de Castelo Branco.
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Em 1988 servi de intermediário, à borla, entre o Museu e a pessoa de Idanha-a-Velha que possuia este anel, para que o mesmo fosse integrado nas colecções do Estado e não vendido a um ourives, que o compraria por uma ninharia e o fundiria por certo. Nunca esperei receber uma medalha por esta acção, mas também nunca se me reconheceu minimamente tal esforço. Como tal hoje o dou a conhecer.
Quem ainda se lembra da exposição de António Carmo? Por certo, muitos. Embora não fosse tão colorida...
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E tudo começou aqui, na capela do convento de Santo António em Castelo Branco. Francisco Tavares Proença Júnior a partir das suas colecções de arqueologia inaugurava em 17 de Abril de 1910, sem pompa nem ciscunstância o então Museu Municipal. Foi também ele o seu primeiro Director e quem redigiu o regulamento interno. Pode dizer-se que a abertura deste espaço teve mais repercussões positivas fora da cidade que no burgo em si. Já na altura a cultura entrava sempre pela porta pequena da tacanha e retrograda sociedade albicastrense.
Mário Silva é um dos muitos pintores contemporâneos presentes na colecção de Arte Moderna do Museu Francisco Tavares Proença Júnior. Esta colecção foi iniciada muito tenuamente nos anos 70 do século passado por Fernando de Almeida e incrementada e de que maneira pelo Director seguinte António Salvado nas décadas seguintes.
É este um documento admiravel, embora sintético, sobre a história do Museu até 1971. Curiosamente não faz qualquer alusão aos assaltos a que o Museu esteve sujeito 3 ou 4 anos antes, em que desapareceu parte importante de algumas das suas colecções. A numismática as jóias visigóticas, os estanhos e outros objectos de grande valor, até comercial "evaporaram-se", como por artes mágicas. É também uma publicação muito pouco conhecida no meio e acho que é a única do "reinado" de Fernando de Almeida, já bem no final.



Manuel Leitão foi dos primeiros jovens a acercar-se do Museu em meados da década de 70 do século XX. A Direcção apoiou na medida do possível, pondo desde logo o acervo à disposição para pequenos estudos o que implicou um revigorado entusiasmo e empenho numa pequena, mas irrequieta comunidade de jovens amantes da arqueologia. Com Manuel Leitão vieram também Álvaro Baptista, Joaquim Baptista, Pedro Salvado, Manuel Barata, José Henriques, etc.
Por pouco tempo o Museu Francisco Tavares Proença Júnior, nos primeiros anos da década de oitenta do século passado, teve a função de Coordenador do Património classificado do seu raio de acção. Mais não era que fazer as folhas de pagamento aos respectivos guardas, mas mesmo assim houve tentativas para se fazer algo mais em Idanha-a-Velha assim como em Belver.Mas tudo foi de pouca dura. As elites locais, ignorantes e ciosas do seu poder feudal e paternalista tudo deitaram a perder. Os monumentos que o Museu coordenava eram o castelo e capela de Santiago de Belmonte, a estação arqueológica de Idanha-a-Velha, os castelos de Belver e Amieira do Tejo e o convento da Flor da Rosa.

Estatueta em azinho encontrada no fundo de um poço romano no fim dos anos sessenta, em Idanha-a-Velha. Esta é uma das peças mais importantes do Museu, mas há anos que está , talvez, em reserva.
Os retratos de Frei Roque do Espírito Santo e de Frei Egídio da Apresentação, do Museu de Francisco Tavares Proença Jor / José Lopes Dias.- Castelo Branco: Museu de Francisco Tavares Proença Júnior, 1976.- 78 p.; il
Trata-se da segunda edição desta obra, saída pela primeira vez em 1975. Esta não sei exactamente a data de edição mas deve decorrer nos finais dos anos setenta do século passado. É um estudo epigráfico-histórico muito bem conseguido e que ainda tem toda a actualidade. Hoje, infelizmente as lápides estão arredadas do nosso olhar, uma nas reservas do Museu a outra possivelmente em Conimbriga à espera de restauro, pois partiu-se toda aquando das últimas obras no Museu.
SALVADO, António
Corria o ano da "graça" de 1981, quando ocorreu em Castelo Branco um evento que foi dos mais importantes a nível arqueológico logo a seguir à inauguração do Museu em 1910. Foi a instalação do "solo de habitat" do paleolítico proveniente da estação arqueológica da Fonte das Virtudes (vilas Ruivas/Vila Velha de Ródão). Foi um projecto inovador a nível nacional e contou com a participação de inúmeros arqueólogos e outros entusiastas. A colocação de estruturas originais em Museu foi um exercício do mais exigente e refinado método científico, assim como levou a uma quase total remodelação do espaço da arqueologia do Museu que quase se mantinha inalterada desde 1974. Colaboraram no projecto para além do Director da Instituição Dr. António Forte Salvado, os arqueólogos António Carlos Silva, Luís Raposo, João Zilhão e a Ana Raposo e o Hans Ziefner( brutalmente assassinado anos depois em Tinalhas por um pastor). Do pessoal do Museu houve total empenhamento nesta montagem, tal era o entusiasmo que se ia trabalhar pela noite dentro sem se ligar a extras. Neste caso incorreu o António Veríssimo, o José Barata, o José Antunes, o António Bispo e este humilde "escrevinhador".